Brasil, uma breve visita.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015



E um mês nunca passou tão rápido quanto este...

Em julho, depois de mais de 2 anos, finalmente visitei meu Brasil, minha cidade, minha linda família e meus muitos amigos.

Normalmente, em minhas visitas ao Brasil, os dias de semana passam tranquilos e os finais de semana são sempre cheios de encontros entre família e amigos. Dessa vez, foi um pouco diferente, pois tratou-se de uma nova fase em minha vida: eu escritora, realizando meu sonho e trabalhando muito para isso.


Logo que chegamos, eu e meus dois filhos, fomos recebidos por minha linda família com churrasco, muita bagunça, conversa, risada, abraços... As crianças corriam pela casa, faziam barulho e se divertiam... Apertou uma saudade da infância, que foi marcada por muita brincadeira com meus primos, todo final de semana, no sítio dos meus avós. Mas não pense que era uma saudade triste, pelo contrário, essa saudade era do tipo que te faz sentir no melhor lugar do mundo, de volta às raízes, agora, assistindo os meus filhos fazerem o mesmo com os filhos desses mesmos primos. Sensação indescritível sobre o que mais me faz falta vivendo longe do Brasil.
 

Durante a semana, no entanto, houve muito trabalho. Meu livro, Grãos de Areia, seria lançado em dois maravilhosos eventos na minha cidade natal, Sorocaba.

Tempo para a organização: apenas algumas semanas de muita correria, divididas entre reuniões com os responsáveis pelo local do evento, contratos e publicidade. Nos intervalos, tive que trabalhar pela internet, fazer as vendas, postar os livros e escrever muitas dedicatórias.

Não, não estou reclamando, pois amei essa brincadeira de poder, finalmente, dedicar meus livros a cada pessoa que irá partilhar da minha história. Adorei até o fato de pegar fila no correio para postá-los. Foi maravilhoso ver tudo acontecendo de pertinho, fazer pilhas de livros para embalar e concretizar o que, pela internet, são apenas números.

O frio na barriga, misturado à excitação de realizar um sonho e a emoção de estar bem pertinho dele, senti-lo palpável, marcou toda minha estadia no Brasil. Foi um mês de muita adrenalina no sangue.
http://carolszabadkai.wix.com/graosdeareia
 

Revi muitos amigos, por pouco tempo. Com a maioria, só tive tempo de trocar umas palavrinhas na hora de autografar seus exemplares. Mas que sensação maravilhosa ver quantos amigos apareceram para me apoiar e partilhar da minha felicidade!

No primeiro evento, que aconteceu no Shopping Cidade, Livrarias Curitiba (livraria essa, que continua a vender Grãos de Areia), eu preparei um papel com os tópicos de tudo o que deveria falar. Na minha cabeça, eu havia treinado discursos lindos e longos, onde tratava de todos os assuntos de maneira inteligente e interessante. Bem, no momento do discurso, eu comecei a falar e atropelei todas as ideias, fiz piadas que não estavam no script, mudei a ordem dos tópicos, que estavam tão bem organizados e pensados, e falei mais do coração do que do papel... Olhava para meu humilde ponto de apoio e não conseguia ler uma frase que fizesse sentido. As letras dançavam e uma palavra ou outra pulava à vista para que eu me lembrasse de mais alguma coisa que deveria dizer. Foi um pouco desesperador, mas creio que tenha me saído bem. Embora eu não me lembre ao certo do que falei, sei que tirei umas lágrimas de parentes e amigos, o que, sadicamente, adoro fazer!

Ao sentar-me para escrever as dedicatórias, minhas mãos tremiam e tive que respirar fundo antes dos primeiros rabiscos. As palavras me fugiam e penso que eu gostaria de ter escrito muito mais, para cada um que passou por mim.

Fotos, abraços, palavras e tinta de caneta... Meu mundo preenchido de gratidão e orgulho por ter chegado onde queria, mais uma vez.

 

No segundo evento, no Gabinete de Leitura Sorocabano, por algum motivo, eu estava ainda mais nervosa! O ambiente era solene, eu fiquei numa mesa que parecia um palco e meu discurso, novamente, fugiu do meu controle. Dessa vez, arranquei uns risos com as piadas que fiz para me acalmar e o clima do discurso não foi de tirar lágrimas, mas creio ter sido satisfatório. Acho que todos sabem que eu não sirvo pra falar... meu negócio é escrever! Enfim, mesmo fora do que tinha planejado, me saí bem o suficiente para prender a atenção por algum tempo. Uma das coisas que me acalmou, foi ver meu filho, lá no fundo da plateia, fazendo, com as mãos, um coração para mim e mandando beijos. Como não amar uma situação dessas?

Houve um brinde com os convidados, mais dedicatórias, pessoas novas, interessadas em minha história... Até mesmo um ídolo meu, o jogador Paraná, que jogou na seleção brasileira e no meu time do coração, o São Paulo, quis um livro com dedicatória e uma foto comigo!

 

O mês passou rápido demais, como uma estrela cadente, realizando sonhos e arrancando sorrisos, enchendo o coração de lembranças boas e gratidão. O tempo voa quando nos divertimos e, por mais batida que seja essa frase, não há descrição melhor para esse fenômeno.

Quando pude respirar e tudo se acalmou, já estávamos no aeroporto, voltando desse sonho bom. As crianças reclamando que o tempo foi curto, meus pais com um sorriso forçado e lágrimas nos olhos... Voltamos à Hungria.

Estávamos com saudades do meu marido e o verão nos abraçou calorosamente. Senti-me em casa.

Amar estar no Brasil e amar estar na Hungria...

É um constante misto de saudade e gratidão, de felicidade e uma pontinha de tristeza. Assim vivemos entre dois mundos: com muita razão para amar.
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