Eu e minhas escolhas...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Peguei-me pensando sobre minhas escolhas, eu sempre escolho algo que precisa de explicação e sofre alguma incompreensão. Por quê? Eu insisto em desafiar e ouvir comentários desagradáveis. Não seria mais fácil seguir o fluxo e contar que trabalho em tal lugar e ganho tanto, recebendo de volta uma afirmação com a cabeça?
Acreditem, essas escolhas são geralmente as que nunca me causam arrependimento. Porém, o que tenho que ouvir por causa delas...

O circo que caiu...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Na sexta-feria passada fomos ao circo porque tínhamos ganhado descontos. O circo era simples, pequeno, não demos muito crédito a ele antes de entrar, porém sua lona não parecia muito velha, estava arumadinha, o picadeiro era como um palco, um pouco mais alto e também pequeno. Nós sentamos em cadeiras, dessas de plástico branco. Sabia que o tamanho do circo não importava pras crianças e que iriam gostar de qualquer "showzinho" que mostrassem.

Pediatria na Hungria

terça-feira, 20 de setembro de 2011


Aqui na Hungria os hospitais e a maioria dos consultórios são pelo plano do governo, é muito raro encontrar médico particular e as pessoas não costumam frequentar particular, já que o do governo é bom, talvez a única diferença seja a decoração, que é mais caprichada, já que a própria pessoa escolhe, mas pra que pagar, quando você já paga o imposto e tem bons serviços por isso?
A escolha de um profissional normalmente é feita pelo local da sua residência, mas você até pode escolher outro, se quiser. Eu, como não conhecia nenhum pediatra, pedi ajuda, mais uma vez, ao meu anjinho que me salvou de todas na gravidez, minha Protetora, que é quem realiza vários exames na época da gravidez e da todos os conselhos após o parto, indo te visitar de tempos em tempos logo que o nenê nasce para ajudar e avaliar o bem estar da criança. Ela indicou a pediatra com quem trabalha junto e coincidentemente, é da minha região.
A primeira consulta foi feita em casa e fiquei muito impressionada em saber que a médica é que vinha nos visitar. Só um mês depois fui ao consultório e mesmo assim, tem um dia especial só para bebês RN que vão pesar e fazer exames de rotina, para não misturar com os doentinhos. Adorei isso!
Nossa pediatra é muito boa, gosto muito dela, mas no começo ela me assustava um pouco, pois qualquer coisinha mandava a gente para um profissional e eu ficava estressada achando que era grave. Depois me acostumei  e vi que é o jeito dela de garantir que tudo esteja correndo perfeitamente bem com a criança. Em alguns casos, assim que eu me assustava com a médica, minha protetora, que é mais mãezona de coração mesmo, vinha atrás de mim depois da consulta e dizia que era normal, contava exemplos e me acalmava. Na verdade corro mais pra minha protetora que para a pediatra. Ela normalmente me acalma em horas de apuro e sempre tem dicas de mãe para dar. Médico é aquilo, quando da um problema vem antibiótico e remédios, que eu não gosto muito, então só levo ao médico em caso de precisar mesmo, ou para tomar vacinas.
Hoje em dia temos uma relação bem amiga com a médica e toda equipe, o que me faz sentir muito bem, não trocaria essa equipe por nada. Quando pensamos em nos mudar para o Brasil, uns anos atrás(coisa que só durou 8 meses lá e não deu certo) fui numa última consulta com ela para ver se estava tudo certo e se meus filhos já tinham todas as vacinas obrigatórias no Brasil e nossa despedida foi bem triste, ela quase que chorou e nós também. Uma das coisas boas de não ter ficado no Brasil é essa assistência que temos aqui, pois chegamos a ligar do Brasil para cá perguntando o que fazer. É muito bom confiar numa equipe.
Algumas vezes sinto que sempre vivi aqui na Hungria, no Brasil estava totalmente perdida quanto a médicos. Aqui eu nasci como mãe e, nesse território, me sinto totalmente em casa. Aprovo e  gosto muito dos profissionais que frequentamos.




A vida num filme

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Sol vai caindo no horizonte. Daqui do parque, no meio das montanhas, eu só vejo sua luz extremamente amarela, banhando toda paisagem de dourado, tornando visíveis teias de aranhas e pequenos flocos de poeira, que pairam sorrateiros pelo ar. As árvores brilham, disfarçando seus galhos e troncos opacos e do escorregador eu só vejo a silhueta escura. A paisagem lembra algum filme de fantasia, onde vivem duendes e animais mágicos, como um unicórnio, que combinaria muito aqui se saísse do meio da floresta que beira o parque. A Hungria e seu ar de magia, que de tempos em tempos nos remetem a tempos antigos, nos traz pessoas queridas, nos leva a lugares mágicos... Será que todos enxergam isso? Será que alguém, além de mim, olha além da paisagem concreta e viaja no tempo?

Apenas um carinho.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Hoje acordei com todos os problemas: dor de estômago, mal estar, dor de cabeça(tem coisa pior que abrir os olhos de manhã já com dor de cabeça?). Meus dois filhos vieram imediatamente pedir seu café da manhã, que fiz com grande sacrifício, pois minha vontade era ficar encolhidinha na cama, sem me mexer até tudo passar...
Odeio remédios! Creio ter puxado isso do meu avô, que também só tomava algo quando não tinha jeito mesmo, ele batia no peito e dizia:
 - Tô bom! Não precisa de remédio, me faz uma água com limão que isso passa...- Meu avô resolvia tudo com água com limão.

Os borrões do tempo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ontem, ao anoitecer, andamos um pouco pela cidade, havia uma brisa fresca e passamos por uma rua estreita, antiga, feita de paralelepípedos escuros, a imagem da Europa dos filmes antigos e românticos... Parei e fiquei ali olhando um pouquinho, pensando, sentindo a brisa no rosto e o cheiro da noite. Adoro passar por ruas assim! Da um tipo de saudade de algo que não vive - ou talvez tenha vivido em outra vida, daí o motivo da saudade - mas que me traz muita tranquilidade. Passar por lugares assim me faz pensar num mundo bem mais lento, onde as pessoas andavam, não corriam, onde os detalhes eram importantes, e isso a gente percebe nas casas com estatuetas e enfeites por volta de todas as janelas, uma verdadeira obra de arte. Uma casa, até das mais simples, tinha detalhes e cuidados quando feita, tinha bases fortes e paredes muito largas, eram pensadas para durar para sempre, resistir guerras e gerações. Se essa saudade vem de uma outra vida, eu devia ter gostado muito de vivê-la, pois esse sentimento de tranquilidade me invade ao passar num lugar assim.
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